A enfermeira Mônica Calazans, cuja imunização representou a primeira vacina contra a Covid-19 aplicada em campanha no Brasil, recebeu a segunda dose do imunizante na tarde desta sexta-feira (12). Emblemático, o momento ocorreu após entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
"Mônica Calazans se tornou um símbolo no Brasil e mesmo fora do Brasil ao receber a primeira dose da vacina contra Covid-19. Ela é parte da linha de frente de profissionais de saúde, que sacrificam suas vidas para salvarem vidas" disse o governador do estado, João Doria (PSDB). O governador ainda reforçou a marca de 1 milhão de vacinados no estado, atingida na quinta-feira (12).
Mônica foi vacinada com a Coronavac, vacina desenvolvida na China e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. "É um prazer estar aqui sabendo que eu tenho uma represantatividade muito grande, que começou tudo no dia 17 de janeiro. Eu quero deixar claro a minha emoção, mas isso não me dá o direito de sair na rua sem máscara, sem o álcool gel, de ir para aglomerações... eu vou continuar junto com todos os brasileiros usando máscara, até que todos nós estejamos imunizados", disse.
"Eu estou aqui por uma classe. Eu sou enfermeira. Tenho muito orgulho de tudo isso e da minha profissão. Quero deixar claro que eu não sou atriz, eu sou enfermeira. Recebi mensagens que diziam que eu estava atuando, mas num momento com tantas mortes não existe atuação. Tudo que eu fiz foi verdadeiro", reforçou a enfermeira. "Eu quero que respeitem isso", finalizou.
Além da enfermeira, o padre Julio Lancellotti, conhecido por defender os direitos das pessoas em situação de rua, também compareceu ao evento. O presbítero, que durante a manhã acompanhou o início da vacinação entre idosos em situação de rua, falou da importância desse momento da campanha.
"Eu acredito que São Paulo é a primeira cidade do Brasil que está vacinando os moradores de rua. Nunca cidade como a nossa, tão cheia de contrastes, vacinar os irmãos de rua é um sinal de humanização, de florir esperança nessa cidade", destacou o padre.
O estado de São Paulo inicia, agora, a aplicação da segunda dose em todos os vacinados do primeiro grupo prioritário: profissionais de saúde, indígenas aldeados e comunidades quilombolas. Além disso, o estado aplica a primeira dose em idosos com idades entre 85 e 80 anos e também nos maiores de 90 anos que não compareceram aos postos de vacinação durante a primeira semana dedicada ao grupo.
Diretor do Butantan vacina a própria mãe, dona Maria José, de 87 anos
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, foi o responsável por vacinar sua mãe, Maria José, contra a Covid-19. Aos 87 anos, ela está incluída no grupo prioritário de acordo com o plano estadual de imunização contra a doença. “Não deixaria isso para mais ninguém”, disse, emocionado, o médico e cientista.
Maria José, que estava há quase um ano sem sair de casa para manter o isolamento social, posou para fotos ao lado do filho após o momento da imunização e disse estar duplamente emocionada: pela vacinação e por receber a dose do próprio filho.