A Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) divulgou uma carta com críticas ao Plano São Paulo , estratégia do governo do estado para vencer a Covid-19. A entidade classificou o plano como "insuficiente para reduzir a transmissão do vírus".
Por meio de nota, a SPI cobra políticas públicas mais rígidas no distanciamento social, com lockdown em regiões "próximas ao colapso assistencial." Já em locais menos atingidos pela pandemia, a SPI pede que o governo implemente "restrições maiores" aos serviços não essenciais, além de toque de recolher pelo menos a partir das 20h.
A Sociedade Paulista de Infectologia pede ainda a ampliação da testagem e velocidade na vacinação. "Uma uma vacinação lenta, em recortes populacionais, está fadada a não resultar em proteção efetiva em tempo oportuno”, diz a carta.
A SPI aconselha as pessoas a permanecerem em casa o maior tempo possível. "À população, recomendamos o distanciamento (pelo menos 1,5 metros de uma pessoa a outra), uso correto e contínuo de máscaras bem ajustadas na face, higiene das mãos e – sobretudo – que se permaneça em casa o maior tempo possível. Cada medida isoladamente (e especialmente o conjunto de todas) impacta a cadeia de transmissão ou controle. É responsabilidade de cada cidadão cumprir as normas para proteger-se e proteger as demais pessoas. Cabe ao estado fiscalizar e prover condições cientificamente embasadas para o cumprimento dessas ações de prevenção", diz comunicado.
A carta pontua, ainda, que não existem terapias eficazes contra a Covid-19 e que a taxa de morte ou sequelas em pacientes graves é alta mesmo com os "melhores recursos assistenciais."
Leitos em São Paulo
O estado de São Paulo atingiu nesta segunda-feira (1°) a taxa de 73,2% de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI), com 7.173 pacientes internados com Covid-19, informou o governo estadual em boletim diário. Na Grande São Paulo, a taxa de ocupação de UTI é de 74,3%.
Ainda de acordo com os dados da Secretaria de Saúde, ao todo, no estado, 15.740 pessoas estão internadas em decorrência da doença, sendo 8.567 em leitos de enfermaria.
O número é 14,7% maior que o pico observado na 1ª onda da pandemia, na 29º semana de julho do ano passado. Parte desse crescimento se dá porque o jovem sem comorbidades sai mais e, quando infectado, demora a procurar ajuda. "São pessoas que se sentem à vontade para sair, pensam que só vão perder paladar e olfato, mas perdem vida e vida das pessoas em torno", afirmou Gorinchteyn.