O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar sobre a compra de imunizantes nesta segunda-feira (8). De acorco com o presidente, a falta de vacinas não é um problema exclusivo do Brasil. "Gostaria de deixar bem claro que está faltado vacinas em todo o mundo", afirmou.
Em conversa com a imprensa, o presidente também celebrou o avanço das negociações com a farmacêutica Pfizer. "No dia de hoje, conversamos com o diretor-presidente da Pfizer e conseguimos antecipar as vacinas e depois, após o contato deles com o Paulo Guedes, mais vacinas foram prometidas para nós até o terceiro trimestre, e não mais até o quarto como antigamente", disse Bolsonaro.
Após recusar ofertas feitas pela Pfizer desde o ano passado, com entregas previstas para dezembro de 2020, o governo anunciou nesta segunda-feira (8) que 14 milhões de doses da vacina da farmacêutica contra a Covid-19 devem chegar ao país em maio e junho.
Bolsonaro pontuou ainda que é interesse da farmacêutica negociar com o Brasil. "Eles faziam 1 milhão e meio de doses por dia e passaram a fazer 5 milhões e isso abriu a possibilidade de nos ceder mais. Mas, a procura está enorme no mundo todo. Eles entenderam a gravidade que o Brasil atravessa com a nova cepa, é interesse deles que não saia do local", afirmou, referindo-se a variante brasileira do novo coronavírus – conhecida como P.1. ou variante de Manaus
Bolsonaro defende tratamento com ivermectiva e cloroquina
O presidente voltou a defender o tratamento precoce contra a Covid-19. "Você falar hoje de tratamento imediato ou precoce passou a ser crime. Não pode falar mais em ivermectina ou hidroxicloroquina, que inclusive eu tomei me safei. São dois medicamentos para outras coisas que nao causam efeito colateral, então por quê nao exeperimentar?", questionou.
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"Nós temos menos mortes por Covid-19 do que outros países de primeiro mundo, então alguma coisa está sendo feita. Só pode ser o tratamento precoce", acrescentou.
O Brasil registrou 32.321 novos casos e 987 novas mortes por Covid-19 nesta segunda-feira (8), de acordo com o levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Agora, o país conta com 11.051.665 infecções e 266.398 óbitos provocados pela pandemia. A média móvel de mortes bateu o recorde pela décima vez consecutiva, chegando a 1.525.
Não há eficácia comprovada
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz na qual pede fortemente que a hidroxicloroquina não seja usada como tratamento preventivo da Covid-19. O documento foi divulgado na última segunda-feira (1°) na revista científica "The BMJ".
Desde julho do ano passado, a organização informa que não tem encontrado benefícios no uso do antimalárico contra o coronavírus. Desta vez, a conclusão passa a ser uma orientação concreta e oficial para os países e profissionais de saúde.
A farmacêutica norte-americana Merck Sharp and Dohme (MSD), que produz a ivermectina, afirmou que ainda não há evidências de que o medicamento traga benefícios ou seja eficaz no tratamento da Covid-19.
Em um comunicado, a empresa disse que não há base científica que indique efeitos terapêuticos contra a doença nos estudo pré-clínicos já publicados.