O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, alertou nesta quinta-feira (18) que alguns municípios podem sofrer com a falta do abastecimento de oxigênio para tratar as pessoas doentes com Covid-19.
Ao lado do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), em coletiva de imprensa da Prefeitura de São Paulo, Jean Gorinchteyn explicou como o fornecimento de oxigênio pode ser afetado em pequenos municípios do estado, com menos de dez mil habitantes. "É importante lembrar que toda a nossa rede estadual tem o fornecimento de grandes distribuidores garantidos. Mas, o que nós temos naqueles municípios com menos de dez mil habitantes, com pequenas unidades hospitalares de atendimento, é que eles não têm aqueles tanques grandes que eu possa fornecer o oxigênio e armazenar para uma semana, por exemplo", detalhou Gorinchteyn.
O secretário ressaltou que com a falta desses tanques, apenas é possível distribuir o insumo por cilindros. "Alguns desses municípios estão distantes de alguns centros, 200, 300 quilômetros, e a medida em que eu tiver uma solicitação muito grande, um caminhão vai deixar os cilindros e precisa voltar. Com isso, o oxigênio pode acabar novamente. É um problema logístico", declarou.
Jean disse ainda que para evitar essas cenas em que "a praga vence", se referindo ao novo coronavírus, o governo de São Paulo está criando estruturas para poder atender a esses municípios. "Isso para não ter um colapso na assistência da população. Mas conclamamos aos secretários municipais que estejam falando com os seus distribuidores de oxigênio, para que eles estejam se antecipando a esse problema. Nós nao podemos assistir o que foi visto em Manaus", lamentou o secretário de Saúde.
Ontem (17), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou, durante coletiva de imprensa, que o estado não sofrerá com uma possível falta de oxigênio para a rede pública de Saúde. "Como governador posso lhe assegurar: Em São Paulo, na rede pública estadual, não falta e não faltará oxigênio", disse.
"Estamos no momento mais dramático que nosso país vive, o nosso estado e o epicentro que acaba sendo a região metropolitana. Tivemos nas últimas 24h uma média de 600 mortes por dia e, diariamente, uma média de 17 mil casos. Estamos em uma celeridade que nunca imaginávamos ter frente ao covid. A sensação é de um novo vírus", acrescentou Gorinchteyn.