Com a chegada das doses da vacina da Pfizer/BioNTech, o Ministério da Saúde iniciou hoje a distribuição do imunizante contra a Covid-19 e orientou estados e municípios a atrasar a aplicação da segunda dose para 12 semanas depois da primeira injeção.
Mas, apesar da orientação, em janeiro, a farmacêutica afirmou que só pode garantir a eficácia da vacina se ela for dada com 21 dias de espaçamento entre as doses, conforme foi testada. O intervalo sugerido pela fabricante é o mesmo defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade admite uma ampliação para, no máximo, até 42 dias (6 semanas).
O Ministério da Saúde explica que o intervalo é o mesmo usado no Reino Unido, e cita três estudos para basear a decisão: um foi feito pela agência de saúde pública inglesa, e aponta 80% de efetividade da vacina após a primeira dose em idosos com mais de 70 anos.
Um outro, publicado em fevereiro na revista The Lancet, que mostra transmissão menor em 75% e os casos sintomáticos, em 85%, após uma dose. Por último, uma pesquisa recente da Universidade de Oxford apontou queda de quase 50% na transmissão após a primeira dose.
Na nota técnica, o ministério cita estudos feitos nos Estados Unidos e Reino Unido, que apontam uma elevada efetividade após a primeira dose da vacina. A pasta defende ainda que um intervalo maior possibilita a vacinação do maior número possível de pessoas com a primeira dose e traz maiores benefícios do ponto de vista da saúde pública.
"Em cenários de maior disponibilidade da vacina, o intervalo recomendado em bula [21 dias] poderá ser utilizado", completa a pasta.