Marcelo Queiroga, ministro da Saúde
Foto: Tony Winston/MS
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira que não prevê, neste momento, a chegada de uma terceira onda da pandemia da covid-19. Apesar disso, admite que alguns estados e munícipios já identificaram uma pressão sobre o sistema de saúde, com maior número de internações e disse que o governo está reforçando medidas para garantir o suprimento de kit intubação. A declaração ocorre também no momento em que o Maranhão registra casos da variante indiana do coronavírus.

— Sempre se questiona sobre uma terceira onda. Estamos numa pandemia, já tivemos a primeira onda, estamos reduzindo os óbitos nesta segunda onda e todos temos que estar vigilantes a uma possível terceira onda, mas não estamos vislumbrando isso nesse momento. E a maneira adequada de ser evitar a terceira onda é avançar na campanha de vacinação e é isso que estamos fazendo — disse Queiroga.

O ministro disse que espera que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize novos imunizantes. Nesta semana, foi solicitado o registro emergencial da vacina Cansino, de dose única.

— A Covaxin também pediu, no passado, o registro da vacina e é possível que a Anvisa se manifesta acerca da Covaxin e assim teríamos o reforço de 20 milhões de doses contratadas.

Queiroga admite, todavia, que alguns estados e munícipios já identificaram uma pressão sobre o sistema de saúde. Segundo ele, o ministério já está se preparando para garantir o suprimento adequado de kits de intubação. O ministro afirmou que o governo, através da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), comprou dos Estados Unidos de 4,5 milhões de itens do kit intubação, dos quais 800 mil já foram entregues.

— Alguns estados e munícipios já identificaram uma pressão sobre o sistema de saúde, e isso se reflete pela abertura que foi concedida nesses estados — disse o ministro, afirmando que houve reforço para a aquisição de oxigênio hospitalar

— Oxigênio também é algo que sempre preocupa. A White Martins importou 14 carretas, e isso vai fortalecer a distribuição desse insumo estratégico caso haja nova pressão sobre sistema de saúde do Brasil.

Sobre a variante indiana do coronavírus identificada no Maranhão, Queiroga afirmou que os casos estão isolados e acompanhados pela Secretária de Vigilância em Saúde, do ministério.

— Lamentavelmente temos casos no Maranhão que foram detectados com a variante indiana. Seis pacientes foram detectados. Ontem (quinta-feira) falei logo cedo com o senhor Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão, que tem trabalhado em parceria com a secretária de Vigilância em Saúde. Esses casos estão isolados e esperamos que haja uma contenção adequada para que essa variante não progrida no país — disse.

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O ministro também disse disse que dados indicam que a vacina da Pfizer é eficaz contra a variante indiana, mas ressaltou que, neste caso, os testes RT-PCR, que têm “padrão ouro”, devem ser realizados para identificação da cepa.

— Já há dados que essa variante é sensível à vacina da Pfizer. Claro que tudo é muito novo e a gente precisa continuar nosso processo de vigilância fazendo testes, sobretudo o RT-PCR que permite a identificação mais adequada do vírus — completou o ministro.

Nesta sexta-feira, o ministro anunciou o plano de realizar por mês 26 milhões de testes de antígenos no país. Este tipo de exame é mais rápido que o RT-PCR, mas tem uma confiabilidade menor.

Governo não tem planos adicionais para frear variante indiana

Segundo uma fonte do governo que acompanha o tema, no momento, não há orientação adicional à que já está na portaria publicada em 14 de maio, sobre a suspensão de voos da Índia. Entretanto, são feitas reuniões semanais com entre os vários órgãos envolvidos, como Ministério da Saúde e Anvisa, para acompanhamento e monitoramento do assunto, incluindo fatos novos.

A pasta não detalhou se há plano de contenção, mas afirmou que manterá medidas de prevenção e de rastreamento para impedir que a cepa B.1.617.2 se alastre pelo país, como ocorreu com a P1, descoberta em Manaus. Até o momento, o governo não registrou transmissão local da variante indiana. O Maranhão rastreia 100 pessoas que estiveram em contato com os seis tripulantes infectados.

“O Ministério da Saúde mantém interlocução constante com a Rede Nacional de Vigilância, Alerta e Resposta (CIEVS), que inclui os gestores estaduais e municipais de Saúde, para articulação de todas as ações necessárias, como o monitoramento e isolamento dos tripulantes e pessoas que tiveram contato com os casos de Covid-19 no navio ancorado no Maranhão”, afirmou em nota.

Existe o temor de que o agravamento da crise na Índia atrapalhe o envio de imunizantes para o Brasil. Segundo informou o chanceler Carlos França em conversa com parlamentares, o governo brasileiro busca a liberação de 8 milhões de doses pendentes — entre as 12 milhões adquiridas pelo Brasil — da vacina Oxford/AstraZeneca, produzidas pelo Serum Institute.

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