Paes diz que Rio 'nunca teve tantos casos de Covid em 2021', em decorrência da variante Delta
Fernando Frazão/Agência Brasil
Paes diz que Rio 'nunca teve tantos casos de Covid em 2021', em decorrência da variante Delta

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) , expressou preocupação quanto ao avanço da variante Delta do coronavírus, mais transmissível, durante a divulgação do 33° boletim epidemiológico da cidade, nesta sexta-feira (20). Enquanto o número de casos confirmados da Covid-19 segue em ascensão, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) já concluiu, por meio de uma pesquisa por amostragem da Vigilância Genômica, que a nova linhagem corresponde a 53,7% das ocorrências da doença no município. A cepa já provocou quatro mortes no Rio.

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"Temos um pico de casos no Rio de Janeiro em 2021. Nunca tivemos nesse ano um número tão grande de pessoas com Covid quanto agora. Todos percebemos isso. Eu pessoalmente nunca vi tanta gente com Covid no meu entorno. Isso é muito preocupante. Temos a variante Delta, que já representa mais da metade dos casos da cidade", reafirmou Paes.

Ele informou, contudo, que o aumento no número de casos não se refletiu na quantidade de óbitos. Paes destacou o efeito da vacina na prevenção do agravamento de casos, mas salientou também que a doença tem um ciclo, e que um acréscimo no número de óbitos não está descartado.

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"Não é uma situação confortável. A vacinação está caminhando, hoje terminamos a vacinação de todos os adultos. Não tenho dúvida de que a vacina contribui para o não agravamento dos casos. Mas a situação no Rio ainda é crítica, especialmente por causa da variante Delta, que começou na cidade. Voltando o agravamento, podemos tomar medidas mais restritivas. Se isso acontecer, nossa decisão vai ser aumentar as restrições", afirmou o prefeito.

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Diante do cenário, as atuais medidas restritivas foram estendidas. A prefeitura, que vinha renovando as restrições em vigor quinzenalmente, desta vez preferiu prorrogá-las até o dia 30, ou seja, uma semana. Todas as 33 Regiões Administrativas do Rio seguem com risco alto de contaminação.

A SMS frisou, pela segunda semana consecutiva, o aumento no número de atendimentos nas redes de urgência e emergência nas unidades municipais por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

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"Analisando os últimos dias, a gente pode destacar realmente um aumento na busca desse atendimento nas nossas unidades, especialmente UPA e CER", disse o subsecretário de Vigilância em Saúde, Márcio Henrique Garcia. "Tivemos um aumento importante nas últimas semanas, pelo menos seis semanas mostrando um aumento contínuo de casos. Aqui estamos falando de casos confirmados. Porém, esse aumento não se reflete no número de óbitos. Nesse indicador, vemos um platô num patamar baixo, um cenário bem semelhante ao de outros países no contexto da variante Delta."


Paes também comentou a requisição que fez ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Rio continue recebendo vacinas, conforme divulgou o colunista Lauro Jardim nesta quinta-feira. O pedido é uma reação a um novo método de cálculo de distribuição de imunizantes do Ministério da Saúde, que privilegia estados que têm menor cobertura vacinal da população adulta atualmente. A vontade de Paes é ter vacinas suficientes para ministrar uma nova dose de reforço aos idosos enquanto os adolescentes recebem a primeira:

"Nós entendemos que vivemos nossa realidade. Nesse momento, somos epicentro da variante Delta. Portanto, queremos ter a garantia de que podemos tomar decisões de acordo com a nossa realidade, dentro dos parâmetros do PNI. E nossa realidade é um aumento no número de casos. Ela nos põe numa posição de privilegiar a terceira dose em idosos. A Procuradoria-Geral do município deve entrar com esse pedido hoje."

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