O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou nesta segunda-feira (06) que todos os funcionários do setor privado na cidade mais populosa dos Estados Unidos serão submetidos a uma vacinação obrigatória contra o coronavírus a partir de 27 de dezembro. O prefeito vai, desta maneira, mais longe que o presidente Joe Biden, cuja ordem de vacinação obrigatória, que deveria entrar em vigor em 4 de janeiro mas está atualmente suspensa pela justiça, envolvia apenas os trabalhadores das empresas com mais de 100 trabalhadores.
Ao anunciar a medida, a primeira do tipo no país, de Blasio disse que era como um “ataque preventivo” para deter outra onda de casos de coronavírus e ajudar a reduzir a transmissão durante os meses de inverno, marcado por encontros de férias. A nova medida se aplicaria a cerca de 184 mil empresas.
"A Ômicron está aqui e parece que é muito transmissível", disse ele em entrevista ao MSNBC. "O momento é horrível, por causa dos meses de inverno. A cidade de Nova York é líder global quando se trata de recuperação da Covid-19. Provamos que, com os regras e incentivos da vacina, podemos vencer esse vírus. Agora estamos dando mais um passo em direção ao futuro, uma medida para funcionários do setor privado. Juntos podemos salvar vidas e seguir em frente."
O prefeito também anunciou que as regras para alimentação e entretenimento se aplicariam também a crianças de 5 a 11 anos, que devem receber uma dose para entrar em restaurantes e teatros a partir de 14 de dezembro, e que a exigência para adultos aumentaria de uma dose da vacina para dois a partir de 27 de dezembro, exceto para aqueles que inicialmente receberam a vacina única da Johnson & Johnson.
Alguns empregadores privados já exigem que os funcionários sejam vacinados, mas muitos não. Quase 90% dos adultos na cidade, que já foi o centro da pandemia no país, têm pelo menos uma dose da vacina. De Blasio, um democrata que em menos de um mês deixará o cargo, disse estar confiante de que a nova medida sobreviverá a quaisquer desafios legais. Eric Adams, o novo prefeito eleito, que assumirá o cargo em 1º de janeiro, está de férias em Gana. Seu porta-voz, Evan Thies, disse em um comunicado que Adams avaliará essa e outras medidas de combate à Covid-19 quando tomar posse.
"Vencemos nos tribunais, estadual e federal, todas as vezes", disse. "E é porque são medidas universais e consistentes."
Biden tentou estabelecer uma medida semelhante, que indicava que todos grandes empregadores deveriam exigir que seus funcionários fossem vacinados ou se submetessem a testes semanais a partir de janeiro, mas a regra está paralisada no tribunal.
No domingo, Anthony Fauci, conselheiro médico-chefe do presidente, disse que os dados iniciais da África do Sul, epicentro do surto da variante Ômicron, são “um pouco encorajadores em relação à gravidade” da variante.
"Até agora, não parece haver um grande grau de gravidade", disse, na CNN. "Mas realmente temos que ter cuidado antes de qualquer medida. As vacinas existentes podem fornecer um grau considerável de proteção contra a variante."