Pelo menos 5% dos infectados pela Covid-19 apresentam perda de olfato ou de paladar nos 6 meses depois do diagnóstico. Essas sequelas contribuem para a alta de casos da chamada covid longa. As informações são de uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (28) na revista de medicina BMJ, também conhecida como British Medical Journal.
O estudo foi conduzido por 19 médicos, pesquisadores da área e estudantes de medicina da Cingapura, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Polônia.
Um dos sintomas mais comuns entre os infectados pelo vírus, a perda de olfato ainda não foi desvendada completamente: não é claro a frequência e o tempo que o sintoma persiste. A “covid longa” inclui sintomas prolongados como fadiga, “névoa mental” (problemas de memória e concentração) e falta de ar.
A pesquisa foi feita a partir de uma análise de 18 estudos anteriores, que contaram com 3.699 pacientes. Os pesquisadores utilizaram uma conta matemática em cima dos dados e concluiu que 5,6% das pessoas tiveram sintomas prolongados envolvendo o olfato e 4,4% envolvendo o paladar. Os casos foram registrados em até 6 meses depois do diagnóstico de covid.
O estudo não distinguiu as variantes de Covid que os participantes contraíram. Porém, algumas pesquisas anteriores já indicaram que a variante ômicron é menos propensa a provocar perda do olfato.
O estudo também faz um alerta para as mulheres, já que constatou que os sintomas se manifestam de forma mais intensa nesse grupo - que inclusive tem uma chance menor de recuperar o olfato e o paladar depois da infecção. O motivo é desconhecido pelos pesquisadores, mas o estudo destaca que mulheres têm esses sentidos mais aguçado que os homens.
Segundo os pesquisadores, a perda dos sentidos pode levar a um “impacto funcional” e “um sofrimento severo” aos pacientes.
“Os sistemas de saúde devem, portanto, estar prontos para fornecer suporte a esses pacientes que frequentemente relatam sentir-se isolados quando seus sintomas são negligenciados pelos médicos”, diz trecho do estudo.
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