![Vírus foi descoberto no final da década de 1979 em laboratório de Universidade de Maryland Vírus foi descoberto no final da década de 1979 em laboratório de Universidade de Maryland](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/8q/j8/d8/8qj8d8erv40u1sw968uancirv.jpg)
Um vírus antigo conhecido como “primo do HIV” voltou a gerar alerta, depois de infectar e matar diversas pessoas no norte da Austrália nos últimos meses. Médicos agora emitem alerta para a necessidade de grandes esforços a fim de combater a propagação do HTLV-1.
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As taxas de infecção pelo vírus
HTLV-1 (ou vírus linfotrópico de células humanos do tipo I) são superiores a 40% entre adultos em regiões remotas da Austrália central, sendo as comunidades indígenas as mais atingidas, especialmente na cidade de Alice Springs.
Assim, muitos médicos – incluindo o que descobriu a existência do vírus há 40 anos – advertem sobre a falta de interesse da comunidade científica em criar modos de prevenção, teste e tratamento.
“A prevalência da doença nem aparece nos gráficos da Austrália”, explica Dr. Robert Gallo, co-fundador e diretor do Instituto de Virologia Humana da Universidade de Medicina de Maryland, onde o HTLV-1 foi primeiramente detectado, em 1979. Ele ainda critica a falta de ação sobre um possível tratamento.
“Ninguém que eu conheça tem feito alguma coisa para o tratamento disso”, aponta. “Há um pequeno esforço para os efeitos da vacina, além de algumas pesquisas japonesas. Assim, a prevenção através da vacina está amplamente aberta para estudo”, completa.
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‘Herança’ de antigos tempos
O vírus “ancião” foi encontrado em múmias da região dos Andes de mais de 1,5 mil anos. Acredita-se que o HTLV-1 cause leucemia e linfoma , e pode ser transmitido de diversas maneiras: de mãe para filho, especialmente durante a amamentação; durante relações sexuais sem proteção; e por contato com o sangue infectado, como em transfusões. Como pode ser passado durante o sexo, é considerada uma infecção sexual transmissível (IST, na sigla em português).
![Existe uma altíssima taxa de prevalência entre os indígenas australianos, segundo médico do St. Mary's Hospital Existe uma altíssima taxa de prevalência entre os indígenas australianos, segundo médico do St. Mary's Hospital](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/6y/gk/65/6ygk65pbvg5ybnto2bwjuhoqm.jpg)
O vírus está associado a uma miríade de graves problemas de saúde, como doenças do sistema nervoso e uma doença que afeta os pulmões, chamada bronquiectasia, além de enfraquecer o sistema imunológico. O HTLV-1, às vezes, é chamado de” primo do vírus da imunodeficiência humana”, o HIV.
‘Prevalência extraordinária em tempos remotos na Austrália’
O foco sobre o problema volta ao país agora por causa da alta taxa de prevalência entre os indígenas australianos, número que chega a 40% da população na região de Alice Springs. Segundo o médico e professor da Imperial College London, Dr. Graham Taylor, que dirige o serviço do St. Mary’s Hospital em Londres, “os aborígines australianos possuem a maior prevalência da doença em todo o mundo”, contudo “se você observar globalmente, encontrará o HTLV-1 em diversos países”.
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Apesar de mundial, o problema é endêmico em algumas regiões tais como o centro da Austrália; sul do Japão; algumas partes do Caribe e da América do Sul – incluindo o Brasil, além de Peru, Colômbia e Guiana Francesa; áreas intertropicais da África, como no Gabão; regiões do Oriente Médio, especialmente no Irã; algumas áreas da Romênia, e em uma pequena região isolada da Melanésia, de acordo com o Centro para Prevenção e Controle de Doenças da Europa Central. Em outras regiões do mundo, como nos Estados Unidos e no Reino Unido, as taxas são muito baixas.
“Temos de fazer o que não fizemos”
Poucos anos após o descobrimento do HTLV-1, o HIV foi identificado pela primeira vez. Mas, este último recebeu mais atenção, conforme indica Gallo, em parte porque o HIV é mais eficiente na transmissão.
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Agora, "nós temos que compensar o que não fizemos antes", defende ele. "Temos que chamar a atenção para o HTLV-1 rápido". Em outras palavras, a alta prevalência do HTLV-1 na Austrália central tornou-se uma espécie de alerta para o mundo fazer mais para prevenir e reduzir as infecções desse vírus
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