Mudança dos profissionais para o Mais Médicos pode causar desassistência em alguns municípios
Karina Zambrana/Ministério da Saúde - 24.8.13
Mudança dos profissionais para o Mais Médicos pode causar desassistência em alguns municípios

De um total de 8.330 profissionais que se inscreveram no novo edital do programa Mais Médicos e já sabem em qual município irão atuar, 2.884 trabalham em postos do programa Estratégia Saúde da Família, do SUS, e devem deixar as vagas abertas. 

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O levantamento foi feito pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Ministério da Saúde e gestores estaduais nesta quinta-feira (29). De acordo com o conselho, parte dos médicos estão pedindo desligamento e migrando de município para assumir a vaga no Programa Mais Médicos , o que pode deixar alguns postos sem atendimento.

"O número é ainda maior se contabilizados profissionais que atuam em outros serviços do SUS, como hospitais e UPAS", afirma o conselho. Em São Paulo, 170 profissionais que trabalhavam em postos do SUS migraram para o Mais Médicos. Em Minas Gerais, esse número já chega a 420, e na Bahia, a 325. Em Roraima, das 43 vagas ofertadas, 36 médicos inscritos já trabalhavam no SUS, praticamente todos no próprio estado", afirma a nota do conselho. 

De acordo com Mauro Junqueira, presidente do Conasems , a situação é preocupante e pode deixar alguns municípios em desassistência. A previsão é que os médicos deixem os postos até o dia 14 de dezembro, data limite para entrada no Mais Médicos. Para Junqueira, a mudança equivale a "vestir um santo e desvestir outro". 

Segundo o conselho, um dos motivos que incentivam a migração dos profissionais para o programa é a remuneração, que é de R$ 11,8 mil, superior à média da remuneração no Norte e Nordeste para os profissionais da Estratégia de Saúde da Família.

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A prefeitura do município onde o médico atuará também paga uma ajuda de custo, que varia de R$ 1 mil a R$ 3 mil para cada profissional. Além disso, o médico vinculado ao programa federal possui uma carga horária de 32 horas de trabalho e oito que podem ser dedicadas exclusivamente à pesquisa ou ensino. 

"Não temos condições de disputar com o programa. O programa foi interessante, e nós continuamos o aprovando, porque conseguiu fixar o médico nessas unidades (mais vulneráveis). Mas isso está causando outro problema na atenção básica" afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo

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Para Junqueira, uma solução para ocupar as vagas deixadas pelos profissionais que migraram para o programa Mais Médicos seria abrir um segundo edital para aqueles formados no exterior. Ele ainda afirma que cubanos que se casaram com brasileiros têm manifestado interesse em ocupar as vagas.

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