A informação de que os idosos são o grupo mais sensível aos riscos do Covid-19 , nova doença causada pelo coronavírus, não é mais novidade. O que muita gente esquece, porém, é que existem outros fatores que podem influenciar tanto quanto ou ainda mais nos casos graves da doença.
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Diabetes, problemas cardíacos e tratamento recente de câncer são algumas das comorbidades que influenciam para o grupo de risco do coronavírus . Além disso, problemas respiratórios como asma e bronquite e hábitos como tabagismo também merecem alerta.
“Quando nosso sistema de defesa não está funcionando em sua plena capacidade ficamos mais vulneráveis a doenças oportunistas, que se aproveitam desse momento para se instalarem”, explica Susanne Edinger, infectologista da Cia da Consulta.
Então quais exatamente são as comorbidades?
Nas palavras de Susanne, “as comorbidades são definidas como doenças que exigem tratamento médico específico medicamentoso como diabetes, pressão alta ou outras doenças do coração e problemas nos rins com necessidade ou não de diálise”.
Além disso, a profissional detalha: “Indivíduos em tratamento oncológico quimioterápico nos últimos 30 dias, imunoterapia, indivíduos com AIDS ou HIV com contagem total de linfócitos CD4 menor que 200, neutropênicos (contagem total de leucócitos menor que 300), portadores de neoplasias hematológicas como leucemias e linfomas, transplantados, portadores de doença auto imune, uso de medicações esteroidais (prednisolona) há mais de 15 dias e pacientes com imunodeficiência estão nesse grupo de risco”.
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A primeira pessoa a morrer no país por causa do coronavírus foi um homem de 62 anos. Ele era hipertenso e diabético. De acordo com uma publicação da revista NewScientists - que investigou a doença aindo no início do surto - dos casos relatados de morte por coronavírus, 6% das pessoas eram hipertensas e 10,5% tinham doenças cardiovasculares .
Entre as doenças respiratórias mais comuns, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) chamou atenção para o cuidado com os pacientes com asma, ao informar que estes “não são mais propensos a adquirir a infecção por coronavírus, porém são mais propensos a desenvolver complicações, se infectados”.
Em nota, a Sociedade Brasileira de Cardiologia também emitiu uma posicionamento a respeito dos pacientes que sofrem de doenças cardiovasculares, reforçando que é “fundamental a adoção sistemática de todas as medidas preventivas recomendadas pelo Ministério da Saúde , e a busca precoce por assistência médica em caso de surgimento de sintomas”, diz.
Quais as recomendações para o grupo de risco?
De acordo com a infectologista, a recomendação para os grupos de risco segue as orientações vigentes para toda a população. “Todos os indivíduos dos chamados grupos de risco devem permanecer em casa. Havendo agravamento do quadro respiratório com aumento da frequência respiratória acima de 24 por minuto (uma respiração a cada 4 segundos), sinais de desconforto para respirar como depressão das costelas ou febre alta, em casos menos frequente diarreia, procurarem os serviços de assistência médica”, orienta.
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Susanne, porém, chama atenção para o fato de que tão importante quanto os cuidados do paciente, é o de quem vive com ele, considerando o alto índice de contágio do coronavírus. “Cuidar de si é cuidar do outro também. Parece filosófico, mas é necessário compreender que as medidas de saúde coletiva são essenciais para a recuperação de todos em um período mais curto de tempo”, afirma.