A chegada do inverno, mesmo antes da pandemia , sempre foi associada à manifestação de doenças respiratórias. Em São Paulo, por exemplo, a estação mais fria do ano quase sempre inclui a queda na umidade do ar, que pode contribuir para a piora na saúde dos pulmões. Desta vez, a preocupação dos profissionais de saúde ganha um novo agravante: a Covid-19 , que pode facilmente ser confundida com outras doenças comuns nessa época.
Bronquite, gripe, sinusite, crises de rinite e asma estão entre as complicações com alta incidência nesse período. De acordo com o pneumologista Osvaldo Sabino, do Hospital HSANP, os fatores são muitos. Além das alterações de temperatura que favorecem a ocorrência de tosse, espirros e alergias, ambientes como o interior de transportes públicos, com janelas fechadas, tornam-se propícios para a propagação de vírus e bactérias responsáveis por estas condições - mesmo com as medidas de distancimento .
A confusão entre os sintomas já era prevista desde o início da pandemia e motivou, por exemplo, a antecipação da campanha vacinal da gripe , que segue até o dia 24 de agosto em diferentes municípios. “Saber que a pessoa com suspeita da nova doença já tomou a vacina contra gripe facilita na identificação dos sintomas por eliminação”, explicou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no lançamento da campanha. O então ministro lembrou que sintomas como febre e tosse - que são sinais de alerta para o coronavírus - também podem apontar uma gripe.
Apesar da necessidade de atenção ao problema, o profissional de saúde afirma que a prevenção das demais doenças respiratórias pode, inclusive, ser reforçada naturalmente na pandemia. “O uso de máscaras de proteção, que agora já faz parte do cotidiano do brasileiro, deveria ser adotado mesmo quando todo o cenário do novo coronavírus passar”, afirma Osvaldo Sabino.
“Outra atenção que devemos ter é a de não subestimar essas doenças. É muito comum que gripes, sinusites e outras tenham seus sintomas e efeitos acentuados com a falta de tratamento e cuidados adequados, podendo gerar consequências graves ao paciente”, diz.
Além disso, o pneumologista alerta: “Em caso de febre, tosse com escarro amarelado e dor torácica, que durem mais que um dia, procurar o serviço de saúde e consultar o médico para evitar possíveis internações ou internar quando necessário, com brevidade para evitar complicações”, diz.
Como descobrir se é Covid-19 ou não
Para um diagnóstico mais apurado e, consequentemente, um melhor tratamento dos sintomas, é fundamental observar a evolução de cada doença e as sutis diferenças entre cada uma delas . O pneumologista, porém, reforça que o cuidado com a saúde deve ser prioridade independentemente do diagnóstico . “Todo cuidado é necessário neste momento para preservar nossa saúde e a de quem faz parte do nosso convívio”, reforça.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais frequentes da Covid-19 são tosse, cansaço e falta de ar. A perda de olfato e paladar também é um sintoma comum que costuma chamar atenção dos pacientes por não estar presente em outras doenças semelhantes.
A regra para buscar o atendimento
médico, porém, é a mesma em qualquer um dos casos: dificuldade para respirar e febre acima dos 39º são sinais de alerta para um tratamento profissional. A certeza do diagnóstico, porém, só pode ser comprovada a partir de um teste laboratorial. Saiba onde fazê-lo em São Paulo
e qual o tipo mais apropriado
para o seu caso.