São Paulo
Mister Shadow / ASI / Agência O Globo
Movimentação gerada pela volta ao trabalho deixou população jovem mais vulnerável ao vírus

A flexibilização das medidas restritivas com a consequente volta ao trabalho mudou o perfil dos infectados pelo novo coronavírus . Na cidade de São Paulo, jovens entre 18 e 34 anos já são maioria dos doentes. É o que indica um estudo feito pela prefeitura da capital paulista.

A etapa atual desse estudo colheu 5.760 testes nos últimos 15 dias. Nas três primeiras fases da pesquisa, essa faixa etária correspondeu a 8,7%, 10% e 12,6%, respectivamente, do total de infectados . Hoje, esses jovens são 17,7% do total e têm 2,6 vezes mais chances de contrair a doença do que os idosos por, por exemplo, estarem trabalhando fora.

Esse aumento levou o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), a fazer um alerta, em entrevista nesta quinta-feira: "preciso ressaltar a importância da conscientização de nossos jovens. Volta e meia verificamos a existência de festas irregulares. É claro que essa é a principal faixa etária que tem saído de casa para trabalhar, mas precisamos relembrar a responsabilidade dos nossos jovens com a saúde dos idosos e aqueles que estão em maior vulnerabilidade".

Esse estudo sorológico da Prefeitura de São Paulo estima que um total de 1,3 milhão de pessoas — 10,9% da população do município — foram infectadas.

No Rio de Janeiro, dados de julho indicaram uma maior prevalência da doença na capital fluminense entre adultos jovens, na faixa de 30 a 39 anos (23,9%). A estatística indica mudança no perfil da doença , que começou atingindo mais a população idosa e, após a reabertura e a retomada de atividades presenciais, está mais ativa entre a população jovem.

Nesta quinta-feira, o Brasil passou dos 105 mil mortos pelo novo coronavírus . Em 24 horas, entre quarta e quinta, foram notificados 1.301 óbitos, elevando o total de vidas perdidas para a doença para 105.564. Foram registrados também 59.147 novos casos, totalizando 3.229.621 infectados no país.

O último balanço foi divulgado às 20h pelo consórcio dos veículos de imprensa formado por EXTRA, O Globo, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, que reúne informações das secretarias estaduais de Saúde. São três boletins diários. O próximo será liberado às 8h desta sexta-feira.

O que mais mostra o estudo feito em São Paulo

De acordo com o estudo feito pela Prefeitura de São Paulo , a prevalência da doença segue maior nas periferias leste e sul da cidade e nas classes D e E (14,3%), até três vezes maior do que na A e B (4,7%). Os pretos e os pardos têm incidência 82% maior do que entre os brancos. E aqueles que tem apenas Ensino Médio tem até três vezes mais a doença do que aqueles com Ensino Superior.

O estudo tem oito fases, realizadas quinzenalmente com moradores acima de 18 anos, cujas casas são sorteadas pela prefeitura. Ele tem taxa de confiança de 96%.

Entre quarta e quinta-feira, o estado de São Paulo registrou 234 novas mortes pela doença. Além dessas, outros 221 óbitos que ocorreram no decorrer da pandemia e que só agora, por conta de novas diretrizes do Ministério da Saúde, foram incluídos no balanço da Secretaria estadual de Saúde

Com o novo critério, o governo paulista passou a incluir confirmações da Covid-19 por exames de imagem — até então, os dados contabilizavam apenas diagnósticos laboratoriais.

Somando esses números divulgados nesta quinta-feira, São Paulo chegou a 26.324 mortes pelo novo coronavírus e 674.455 casos (19.274 registrados entre quarta e quinta). Desses, 10.453 vítimas e 231.203 infectados são da capital.

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