A Rússia vai compartilhar os resultados iniciais de sua vacina , a Sputnik V , contra a Covid-19 com a comissão da Câmara que discute o enfrentamento da pandemia. O anúncio foi feito na quarta-feira (26) pelo embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov.
O Instituto de Tecnologia do Paraná (TecPar) afirma já ter recebido os estudos, que ultrapassam 600 páginas, mas que não pode compartilhá-los devido a um acordo de confidencialidade.
Jorge Callado, diretor-presidente do TecPar, garante que parte desses estudos já estão sendo analisados internamente pelo Instituto, e que em breve eles serão submetidos aos órgãos reguladores responsáveis, como a Anvisa e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Em reunião virtual com os deputados Luiz Antonio Teixeira (PP-RJ) e Antônio Brito (PSD-BA) na quarta-feira, autoridades russas afirmaram que a fase 3 de testes com a Sputnik V deve começar em breve.
Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia, informou que 40 mil voluntários serão vacinados a partir da próxima semana. Se tudo ocorrer como o planejado, a estimativa é que a vacinação em massa da população comece em outubro, e que 10 milhões de doses sejam produzidas até dezembro.
Vacina Sputnik V
O registro da vacina russa Sputnik V causou furor na comunidade científica internacional no início de agosto. Desobedecendo ao padrão recomendado, o imunizante foi registrado antes da conclusão da terceira e última etapa de testes.
Todavia, alguns governantes mundo afora demonstraram interesse pela vacina, como o governador Ratinho Júnior (PSD), do Paraná. Em 12 de agosto, ele e Sergey assinaram um acordo para produção e distribuição do imunizante no estado.
De acordo com Sergey, o Brasil é considerado um parceiro estratégico para a produção da Sputnik V. Ele, que também participou da reunião com os deputados, afirmou que “o Brasil tem todas as capacidades tecnológicas, científicas e humanas para ser o centro de produção e distribuição da vacina, não apenas para o território nacional, como para outras regiões”.
“Vamos fazer todo o possível para conseguir a cooperação bilateral Brasil-Rússia”, completou o embaixador. Entretanto, não foi estabelecido um prazo para que os estudos sejam entregues à Câmara.