O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (29) que vai comprar mais 54 milhões de doses da CoronaVac , vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech . A aquisição já estava prevista em um contrato feito entre a pasta e o Butantan, mas a compra ainda precisava de uma confirmação.
O montante se junta às 46 milhões de doses do imunizante que já haviam sido compradas pelo Ministério da Saúde , atingindo a somatória de 100 milhões que serão distribuídas por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI).
Ainda de acordo com a pasta, será formado na semana que vem um novo acordo para a compra de mais doses da CoronaVac e o governo federal já pede para que seja feita antecipação do pedido de registro definitivo da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Questionado nesta quinta-feira (28) se o Butantan realmente pressionou o governo federal para que o Ministério da Saúde confirmasse a compra dad doses restantes, o diretor Dimas Covas disse que, além da alta demanda pela vacina, era preciso um planejamento para garantir insumos.
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"É necessário que o ministério [da Saúde] se pronuncie porque estamos no fim de janeiro, e esta produção estaria prevista para o início de abril, portanto não haverá tempo para negociarmos com a nossa parceira em relação à matéria-prima se não houver essa manifestação", afirmou. A pasta tinha até 30 de maio para se manifestar.
"É apenas essa a questão. Não estamos pressionando de forma alguma, lembrando que essa é uma vacina mundial, não é só para o Brasil. É uma vacina para o mundo inteiro. Ela já está sendo usada em vários países, começa a ser usada ainda mais intensamente nesta semana no Chile, e então a demanda está muito aquecida e precisamos nos preparar", completou.
Nesta quinta-feira (28), no entanto, Covas disse em entrevista à GloboNews que as compras poderiam ser feitas por estados e municípios caso o Ministério da Saúde não se pronunciasse. "Se não houver incorporação pelo Ministério da Saúde, existe interesse de outros estados e municípios. Então sim, é possível que haja atendimento a essa demanda", afirmou.
A declaração ocorreu após o governo estadual dizer que poderia exportar doses para outros países. A informação acabou gerando mal-estar e a gestão do governador João Doria (PSDB) acabou voltando atrás da decisão. A intenção era a de que as doses seriam vendidas a países latino-americanos.