A Prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, autorizou, nesta sexta-feira (19), que os médicos da rede de saúde da cidade prescrevam um "tratamento precoce" sem comprovação de eficácia contra a Covid-19.
O "tratamento precoce" autorizado conta com os medicamentos azitromicina e ivermectina "e, se necessário, conforme orientação médica", também pode incluir paracetamol, dipirona e metoclopramida.
A ivermectina, que combate vermes e parasitas, não tem comprovação de eficácia. Em fevereiro, a farmacêutica norte-americana que produz o medicamento disse que ainda não há evidência de que o produto traga benefícios no tratamento contra a Covid-19.
A azitromicina também se mostrou ineficaz na melhora clínica de pacientes graves, segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet.
Atualmente, o secretário de Saúde de Sorocaba é o médico Vinícius Rodrigues. Em 2018, ele se candidatou para ser deputado federal pelo PSL, que na época tinha Jair Bolsonaro na sigla.
Em nota, Vinícius Rodrigues disse que a autorização do tratamento ineficaz possui o objetivo de "diminuir a letalidade e complexidade dos casos de covid-19, evitando internação para não sobrecarregar os leitos de saúde".
A ideia também é que o tratamento seja oferecido em paralelo com a campanha de vacinação.