Pressionado por governos estaduais, o Ministério da Saúde anunciou neste domingo uma série de medidas para tentar impedir um possível colapso do sistema de saúde pela falta de oxigênio hospitalar semelhante ao que ocorreu em Manaus no mês de janeiro.
Entre as ações previstas estão a redistribuição de cilindros localizados em diversos pontos do país, o envio de cargas de oxigênio e importação de concentradores dos Estados Unidos e China.
Nas últimas semanas, estados como São Paulo , Ceará, Rio Grande do Norte e os da região Sul têm sofrido com o aumento intenso no número de internações e crescimento acelerado no consumo de oxigênio hospitalar.
Entre as medidas está o envio de mil cilindros de oxigênio de São Paulo para Rondônia, Acre, Rio Grande do Norte, Ceará e para os três Estados da Região Sul. Além disso, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) farão o transporte de oxigênio em tanques para Rondônia .
O ministério também anunciou a importação de 4.106 concentradores de oxigênio para serem instalados em unidades de saúde. Desse total, 2.350 virão da China e outros 1.756 dos Estados Unidos. A previsão é que os equipamentos comecem a chegar ao Brasil a partir da primeira semana de abril.
Outra medida é a instalação de duas mini-usinas de oxigênio no Amapá.
Investigações sobre omissão de comando
O anúncio acontece em meio ao avanço de investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Ministério Público Federal (MPF) sobre a possível omissão do comando do Ministério da Saúde no episódio que resultou na falta de oxigênio hospitalar em Manaus, na primeira quinzena de janeiro.
O caso é investigado tanto na esfera cível quanto na criminal. Uma das linhas de investigação é de que o governo teria sido omisso ao receber alertas sobre a falta de oxigênio em Manaus, tese refutada pelo ministério que afirma não ter sido avisado a tempo sobre a situação.