Vacinação teve início em hospital infantil em Cincinnati, no estado de Ohio (EUA)
Reprodução/Cincinnati Children's Hospital Medical Center
Vacinação teve início em hospital infantil em Cincinnati, no estado de Ohio (EUA)


O Chile e o Uruguai vão começar a vacinar contra Covid-19 a população a partir dos 12 anos. Os anúncios foram feitos em cada país separadamente nesta terça-feira, depois que órgãos reguladores internos validaram o  uso da vacina da Pfizer-BioNTech para menores. Ambos serão os primeiros países a fazê-lo na América Latina.

A Agência Europeia de Medicamentos, da União Europeia, autorizou o uso da Comirnaty (vacina da Pfizer), em jovens de 12 a 15 anos na última sexta-feira. Países como Itália e Alemanha pretendem imunizar adolescentes a partir do próximo mês. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve decidir até 12 de junho se a vacina da Pfizer pode ser usada em adolescentes de 12 a 15 anos.

Atualmente, a bula do imunizante no país inclui jovens a partir de 16 anos, mas o Ministério da Saúde só autoriza a vacinação de pessoas maiores de idade. As vacinas mais usadas no país, CoronaVac e a da AstraZeneca/Oxford, não têm estudos suficientes com essa faixa etária.

No Chile, após o Instituto de Saúde Pública (ISP) aprovar o imunizantes para esse grupo, o presidente Sebastián Piñera disse que a vacinação começará “muito em breve”. Segundo ele, os adolescentes se juntarão aos 15 milhões de pessoas que constituem a grupo-alvo que o país espera imunizar em junho (de uma população total de 19,6 milhões).

Piñera fez o anúncio em seu último "discurso presidencial anual sobre o estado da nação" perante o Parlamento antes de deixar o poder em março próximo.

"Até o momento conseguimos vacinar mais de oito milhões de pessoas com as duas doses, o que representa mais de 53% da população-alvo", disse Piñera em seu discurso no Congresso, em Valparaíso. "Esses esforços e resultados não só colocam o Chile entre os três países do mundo que mais avançaram no processo de vacinação em massa, mas muito mais importante, eles tornaram possível proteger a saúde e salvar muitas vidas", disse o presidente.

Embora o Chile tenha altas taxas de vacinação, as infecções permanecem altas. Na última sexta-feira e sábado, eles ultrapassaram os 8.000, o pior número desde o início da pandemia. Em todo o país, 4.303 pessoas estão internadas em leitos de cuidados intensivos e há apenas 150 disponíveis.

De acordo com a Sociedade Chilena de Medicina Intensiva, “95% ou 90% das pessoas que estão nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) não são vacinadas”. Segundo seu porta-voz, Eduardo Tobar, "para que as vacinas tenham efeito significativo, pelo menos 70% a 80% da comunidade deve ser vacinada" com as duas doses.

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O anúncio de Piñera ocorre justamente quando o governo lança seu passe de mobilidade, um certificado que permite a uma pessoa que completou seu processo de vacinação contra a Covid-19 circular livremente em municípios com restrições e viagens entre regiões. Nesta semana, no Chile, pessoas saudáveis entre 23 e 25 anos começaram a ser vacinadas.

O passe de mobilidade acabou estremecendo as relações entre o governo de Piñera e os profissionais da saúde, representados pelo Colegio Medico. O órgão, presidido pela popular Izkia Siches, uma das figuras mais valorizadas pelos cidadãos, segundo as pesquisas, decidiu abandonar a plataforma de coordenação formada por especialistas em saúde, municípios e acadêmicos após as desavenças que marcaram a relação entre o Executivo e o sindicato desde o início da pandemia no Chile, em março de 2020.

Apesar das altas taxas de vacinação e restrições como o toque de recolher — vigente durante toda a pandemia no país de modo geral —, os médicos avaliam que não era hora de afrouxar as medidas restritivas, visto que os leitos de UTI estão à beira do colapso devido ao número de infecções.

O presidente chileno defendeu a gestão do governo durante a pandemia e destacou "o processo de negociação e aquisição de vacinas" realizado por seu governo. “Concentramos nossos esforços de aquisição em quatro vacinas que nos pareciam as mais promissoras: Pfizer-BioNTech, Sinovac, AstraZeneca-Oxford e Cansino”, acrescentou Piñera sobre a compra de 40 milhões de doses. A vacina mais usada no Chile é a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac.

Uruguai

O Uruguai também anunciou que vacinará menores de 12 a 18 anos contra a Covid-19 com o imunizante Pfizer, após sua aprovação pela comissão de vacinação do Ministério da Saúde Pública, informou o presidente Luis Lacalle Pou nesta terça-feira.

O governo uruguaio assinou "uma reserva de mais de 500 mil doses (da vacina chinesa) Sinovac" para aumentar sua distribuição. “Lá teremos todas as vacinas para todos no que se poderia chamar de batalha final”, declarou o presidente uruguaio.

O país vizinho registra, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, 294.503 casos de Covid-19 e 4.276 mortes.

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