secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz
Foto: Reprodução/Ministério da Saúde
secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz


Durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (4), o governador  João Doria acusou o Ministério da Saúde de estar boicotando a vacinação no estado de São Paulo. Segundo Doria, o estado recebeu 228 mil doses a menos do que o previsto. Em pronunciamento, a pasta disse que isso aconteceu para diminuir a disparidade na vacinação entre os estados do Brasil.

"Observamos que, com o passar dos meses de imunização, alguns estados acabaram recebendo doses, quer seja por demanda judicial, quer seja para imunizar fronteira, quer seja por alguma situação específica que fez sentido, lá atrás, por conta da situação pandêmica. Mas, agora, o que se pactuou é que vai se avançar de forma equitativa para imunizar toda a população", disse o secretário executivo da pasta, Rodrigo Cruz.

Rosana Leite complementou dizendo que o que o Ministério busca é equidade. "Todas as unidades da federação devem ter uma equidade nesta vacinação. Não é justo determinado município estar vacinando com uma disparidade muito grande de faixas etárias", explicou.

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Cruz afirmou que, diferente do que foi citado por Doria, não há um percentual fixo de doses a serem distribuídas a cada semana. "Estamos em um período epidemiológico no qual não há nenhum estado ou município que tenha que ser imunizado mais rapidamente", explicou Leite.

"Uma demanda que recebemos é essa disparidade entre estados que estão vacinando uma faixa etária mais baixa e aqueles que estão vacinando uma faixa etária acima. As oportunidades têm que ser as mesmas. Claro, a eficiência tem que ser de cada um, e isso vai se manter", completou.


Uma vez que a vacinação de grupos prioritários já aconteceu, agora o Ministério da Saúde envia doses proporcionais às faixas etárias aos estados para tentar diminuir a disparidade. Cruz afirma que isso foi pactuado com estados e municípios, em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

Compensação 

De acordo com o Ministério da Saúde, o governo de São Paulo teria direito a 620 mil doses de CoronaVac, mas retirou 678 mil doses no fim de julho. Em seguida, no início de agosto, deveria receber 178,6 mil doses da vacina produzida pelo Butantan, mas pegou 271 mil.

Com isso, o governo federal afirmou que foi preciso compensar a diferença no envio de doses da vacina da Pfizer. A gestão estadual disse, no entanto, que a afirmação não é verdadeira.

"É mentirosa a afirmação da Secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, que o Estado de SP ficou com mais doses da vacina do Butantan conforme afirmado em entrevista coletiva do Ministério da Saúde hoje", afirmou o governo estadual.

Em nota à imprensa, a gestão, sob comando de João Doria, reafirmou que o estado de São Paulo está sendo penalizado pela pasta federal. "O Governo do Estado de São Paulo reitera que está sendo penalizado pelo Ministério da Saúde pelo sucesso da sua campanha de vacinação, que enviou somente 50% das doses previstas para vacinar a sua população de maneira deliberada".

"O Governo do Estado de SP vai tomar todas as medidas cabíveis para que o direito dos seus cidadãos seja respeitado e a vida deles preservada", completou.

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