A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) anunciou que o projeto Corona-Ômica-RJ, de vigilância genômica, fará o sequenciamento genômico do vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, em duas etapas ainda em agosto.
Uma rodada será com 300 amostras de pacientes internados em nove hospitais das nove regiões que fazem parte da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica. Na rodada seguinte, o sequenciamento será feito em amostras aleatórias coletadas na rede ambulatorial, como já ocorria. O projeto é uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Laboratório Central Noel Nutels, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
A intenção da vigilância genômica no território fluminense é também monitorar qual variante tem causado mais internações no estado, integrando dados relacionados às alterações genéticas sofridas pelo vírus, crescimento e desenvolvimento da infecção no estado.
O monitoramento do cenário epidemiológico no estado, que inclui o número de atendimentos em unidades de Pronto Atendimento (UPA), a taxa de ocupação de leitos e o resultado de testes para confirmação da covid-19, vem sendo realizado pela secretaria. De acordo com a Secretaria da Saúde, o sequenciamento do coronavírus “não é um exame de rotina nem de diagnóstico, é feito como vigilância genômica, para identificar modificações sofridas pelo vírus SARS-CoV-2 no estado e embasar políticas sanitárias”.
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A SES disse que, independentemente da cepa ou da linhagem do vírus, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da covid-19 seguem as mesmas, entre elas o uso de máscaras e de álcool em gel, a lavagem das mãos e o distanciamento social. A pasta ressaltou que qualquer que seja a variante, a quarentena de 14 dias é fundamental para pessoas com sintomas e ou diagnóstico da doença. E destacou a importância dos municípios continuarem avançando na vacinação contra a covid-19.
De acordo com a Secretaria de Saúde, na última rodada do programa de vigilância genômica da covid-19 realizado no estado do Rio de Janeiro foram analisadas 368 amostras coletadas entre os dias 22 de junho e 19 de julho. Os estudos apontaram que 66,58% das amostras eram da variante Gamma (P.1) identificada como a de Manaus, e 26,09% da variante Delta (B.1.617.2), a indiana.
Na rodada anterior, divulgada no dia 20 de julho, foram sequenciadas 379 amostras coletadas em junho. Nesse lote, 78,36% eram da variante Gama e 16,62% da Delta. “Dessa forma, é possível afirmar que a variante Delta está em circulação no estado do Rio de Janeiro, com tendência de aumento e conversão para se tornar a mais frequente, substituindo a variante Gama”, informou a secretaria, acrescentando que a análise mostrou ainda a presença de 0,8% da variante Alpha (B.1.1.7).
“Outras seis variantes (P.1.1, P.1.2, P.1.4, P.1.7, P.4 e P.5) também foram identificadas, mas não são consideradas como de interesse nem de preocupação pela Organização Mundial da Saúde. Os dados apontaram que a variante Delta foi identificada em 38 municípios das nove regiões do estado. No município do Rio de Janeiro, 45% das amostras sequenciadas eram da variante Delta”, informou a secretaria.
De acordo com a SES, o estudo é realizado por amostragem, mas considera critérios para a escolha das amostras, como as que têm maior carga viral, ou seja, de pacientes que podem ter maior gravidade clínica. Desde janeiro, foram avaliadas 3.555 amostras. O maior percentual ficou com a variante Gama (85,9%), seguida da Delta (5,4%).