A asma é uma das doenças crônicas que mais acometem a população do Brasil. Atualmente, mais de 10% dos brasileiros, ou seja, 20 milhões de pessoas, enfrentam algum tipo de condição asmática, segundo o DataSUS.
Desse número, 3% desenvolvem a asma grave. Hoje, um dos aliados no combate à doença são os imunobiológicos desenvolvidos com alta tecnologia. Essa nova classe de medicamentos auxilia os pacientes a terem mais qualidade de vida e oferecem uma melhor forma de cuidar da doença.
A asma grave não tem cura. O paciente pode permanecer um tempo sem crise, mas ela tende a reaparecer em algum momento da vida. Por isso, os médicos enfatizam que o tratamento adequado é essencial.
Respire Liberdade
A falta de informação e o direcionamento tardio para um especialista são os principais inimigos da melhora. Muitos adultos não procuram ajuda por acreditarem que a doença se manifesta apenas na infância. A asma é mais comum em crianças, mas pode ocorrer em qualquer idade. Além disso, muitos doentes interromperam o tratamento durante a pandemia,mas eles não podem deixar de se cuidar e buscar ajuda. Pelo contrário, é ainda mais importante manter todos os cuidados neste período.
A campanha “Respire Liberdade”, idealizada pela farmacêutica GSK, tem por objetivo incentivar os pacientes com asma grave a buscarem informação sobre o melhor tratamento disponível, seja na rede pública ou privada. A campanha estreia hoje e reunirá no Instagram @respire.liberdade dicas, depoimentos e entrevistas com médicos especialistas.
"Há pouca informação, especialmente sobre os novos tratamentos, como os imunobiológicos, que são seguros e avançados.Eles bloqueiam mediadores inflamatórios e são indicados para os portadores de asma grave. Com o seu uso, o paciente reduz o risco de crises graves e hospitalizações", afirma Paulo Pitrez, pneumologista pediátrico do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, e presidente do Grupo Brasileiro de Asma Grave (BraSA).
Em abril de 2021, os tratamentos imunobiológicos para asma grave passaram a ter cobertura obrigatória dos planos de saúde2, desde que os pacientes cumpram os critérios de utilização. Segundo Pitrez, há 40 anos não havia opção para os pacientes graves:
"Hoje a situação mudou totalmente, ainda mais com os imunobiológicos disponíveis. Com um diagnóstico correto e tratamento adequado, os pacientes podem ter uma vida praticamente normal".
“Não conseguia fazer nada sozinha, nem ir ao banheiro”
Fabiane Garcia da Silva, de 41 anos, conta como convive com a asma grave desde a infância
"Eu tive bronquite dos 3 aos 9 anos. Foram inúmeras crises, e vivia internada no hospital. Não conseguia fazer nada sozinha, nem ir ao banheiro, muito menos fazer esforço físico. Mas desapareceu após esse período. Aos 25 anos, quando estava grávida de oito meses da minha filha, tive uma forte crise de falta de ar. Fui ao hospital e, após exames, me informaram que eu estava com asma. Passei a usar bombinha. Depois que a minha filha nasceu, a doença novamente desapareceu. No entanto, ela voltou forte em 2018, quando eu estava com 38 anos. Comecei a ter várias crises em casa e em qualquer lugar. Depois de uma série de idas e vindas às emergências, um médico me indicou procurar um especialista.
Eu descobri que tinha asma grave, iniciei o tratamento da doença e entrei para um programa com pessoas que sofrem do mesmo problema que o meu. É muito difícil controlar a asma grave. Eu já usava seis medicamentos, mas que não ajudavam muito. Só com aplicação do imunobiológico é que eu comecei de fato a melhorar. Iniciei o tratamento em dezembro de 2019. Tomo o medicamento uma vez ao mês e mantenho diariamente os outros remédios da asma grave.
Logo que comecei a utilizar, já senti a diferença. Tenho uma vida melhor e consigo fazer mais coisas. Mas ainda sinto cansaço, não faço esforço físico, tenho algumas debilidades. Porém, a aplicação me ajudou a ter menos crises fortes. Isso vai seguir pelo resto da minha vida, porque sei que se trata de uma doença crônica, mas é tratável e controlável. Conheço muita gente com quadro asmático e que até pode ter asma grave sem saber. Por isso, é necessário procurar atendimento de um especialista para investigar e tratar. A demora em iniciar o tratamento com os medicamentos adequados pode piorar o quadro da pessoa.
Meu tratamento é contínuo e nunca me esqueço de tomar nenhum remédio, porque sei que vai me fazer falta. Como uma paciente de asma grave, aconselho que procurem um especialista. Se um não te ajudar, procura outro médico até descobrir o real problema e uma saída. Isso faz diferença não apenas no presente, mas no futuro da sua saúde. Não é normal estar sempre cansada ou sem fôlego ao subir uma escada. Esses são sinais de que alguma coisa está errada no seu corpo. A falta de tratamento só vai inflamar ainda mais o seu pulmão, e você nem percebe."