O governo de São Paulo anunciou hoje que vai vacinar com Pfizer quem estiver com a 2ª dose da Astrazeneca em atraso . A medida, tida como emergencial, foi aprovada pelo Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde), e vale para estiver com a dose vencida entre os dias 1 e 15 de setembro a partir da próxima semana.
Em um comunicado, o governo reiterou que o chamado "apagão" na imunização aconteceu por responsabilidade do Ministério da Saúde, que "deixou de enviar quase 1 milhão de doses ao Estado em setembro". O Ministério nega.
Os municípios devem receber o reforço de 400 mil doses da Pfizer durante o fim de semana para atender a demanda extra, que, segundo o governo, chegaram ao estado nesta semana e serão remanejadas para esse fim.
“Fizemos um grande movimento no dia de hoje, remanejamos nossos estoques e disponibilizamos todas as doses da Pfizer existentes para amenizar a situação. Aguardamos o envio imediato de mais imunizantes da Astrazeneca ou mais doses da Pfizer para que possamos vacinar a totalidade da população que aguarda a segunda dose”, diz Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunização (PEI).
O governo destacou que a intercambialidade das vacinas foi chancelada pelo Comitê Científico do PEI, embasado em decisões da OMS e orientações do Ministério da Saúde.
Doria vai ao STF
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A queda de braço entre o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde pode ir parar na Justiça. Mais cedo, o governador João Doria ameaçou acionar o STF se o Ministério da Saúde não enviar as doses que, em tese, não foram enviadas para o estado. Desde ontem, a capital sofre com a falta da vacina, que chegou a faltar em 99% dos postos de vacinação.
"O Ministério deve, sim, um milhão de doses da AstraZeneca e, se não der por aquilo que representa a proporcionalidade de São Paulo e seus 645 municípios, dará por determinação do STF, porque se nós não recebermos a vacina até a próxima terça-feira, como é a promessa do Ministério da Saúde, nós ingressaremos com outra medida no Supremo", afirmou.
"Ontem foram enviados dois ofícios ao Ministério da Saúde, e esse não é um problema só de São Paulo, é do país. É inaceitável que no meio de uma pandemia ainda tenhamos problemas entregas de vacinas, que por circunstâncias que eu desconheço o governo federal não consiga atender as programações que o próprio Ministério da Saúde informa. Isso assusta as pessoas e evidentemente coloca em risco a saúde da população", completou.
Tanto o Palácio dos Bandeirantes quanto a Prefeitura de São Paulo apontam que o Ministério da Saúde mudou o cronograma de repasses, provocando o desabastecimento. A pasta, por outro lado, nega que esteja em falta.
"Ao contrário do que foi divulgado pelo governo de São Paulo, o Ministério da Saúde não deve segunda dose de vacina Covid-19 da AstraZeneca ao estado de São Paulo", disse, em nota.
O Ministério diz que a Capital aplicou imunizantes destinados à segunda dose em aplicações de primeira dose, informação negada pelo prefeito Ricardo Nunes. Segundo ele, 200 mil pessoas que tomaram a AstraZeneca estão com a segunda dose atrasada - na segunda-feira, o número deve chegar a 340 mil.