Em 2021, não há outra opção contra covid-19 : é preciso se vacinar. Nesta semana, durante seus depoimentos na CPI da Covid, os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury alegaram não terem se vacinado por conta da alta contagem de anticorpos após serem diagnosticados com a doença.
A prática, no entanto, não é recomendada pelos médicos, já que os anticorpos proporcionados pela infecção aparecem em menor quantidade e por tempo determinado, como explica o Dr. Thiago Queiroz, infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) no Rio Grande do Norte.
"Quando um indivíduo tem infecção natural pelo coronavírus, ele vai ter uma proteção de três a quatro meses, dependendo da gravidade do quadro. A vacinação vem para reforçar aquele anticorpo, já que ele tem tendência a queda com o passar do tempo. As pessoas que tiveram covid-19 e se recuperaram, e que tomam vacina, vão apresentar uma taxa de proteção maior e mais duradoura", explica.
O aumento na proteção de anticorpos é um incentivo para que a população busque a vacina, conforme explica o Dr. Marcelo Daher, da SBI em Goiás.
"As pessoas que já tiveram a doença e se vacinaram produzem mais anticorpos, então terão uma proteção maior do que quem se vacinou e não teve a doença antes. Todos esses dados colaboram para o estímulo para a vacinação", diz.
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"É muito importante que a vacinação seja feita para todos. Sem contar que como a doença pode acometer, principalmente os mais jovens, de forma leve. Muitas pessoas tiveram a doença e não sabem. É muito mais caro e trabalhoso ficar fazendo teste do que vacinar todo mundo", finaliza.
Uma matéria publicada pelo Jornal O Globo de hoje revela que 95% dos internados no hospital Ronaldo Gazolla, dedicado integralmente à covid-19, não se vacinaram.
Segundo o site 'Our World in Data', o Brasil tem pouco mais de 70% de vacinados com a primeira dose. Destes, apenas 41,5% receberam as duas doses.
Dados do Imperial College revelam que a taxa de transmissão (Rt) da covid-19 no Brasil está em 1,04. O Rt significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 104 pessoas. Quando está acima de 1, a taxa de contágio indica que o vírus avança sem controle. Dentro da margem de erro calculada pela universidade britânica, o índice brasileiro atual pode variar de 0,99 a 1,66. Na semana passada, o índice foi de 1,03, o mais alto desde 22 de junho.