A Áustria confirmou, neste domingo, o primeiro caso da varíola dos macacos (monkeypox, em inglês) no país , doença que vem sendo identificada em diversas nações europeias, além de nos Estados Unidos e na Austrália, durante a última semana. A Suíça também relatou hoje o primeiro registro da doença , que é endêmica em regiões da África Central e Ocidental, mas não costuma provocar registros fora do continente.
Com isso, sobe para 15 o número de países que detectaram ao menos uma pessoa infectada desde o início do mês. Até agora, Reino Unido, França, Bélgica, Holanda, Alemanha (onde um dos infectados é brasileiro), Itália, Suécia, Espanha, Portugal, Austrália, Estados Unidos, Canadá, Israel, Suíça e Áustria registraram casos.
O Instituto de Saúde Pública norueguês também anunciou monitorar possíveis casos da varíola dos macacos depois de descobrir que uma pessoa diagnosticada com a doença em outro país havia visitado a Noruega há duas semanas.
A Organização Mundial da Saúde informou que 92 casos e 28 suspeitos já foram identificados em países onde o vírus não é endêmico — e alertou que mais infecções provavelmente serão confirmadas em breve. Porém, de acordo com os anúncios dos países, apenas na Europa esse número já ultrapassa 100 diagnósticos, com os lugares mais afetados sendo Espanha, Portugal e Reino Unido.
A agência de Segurança Sanitária britânica (UKHSA) informou que na região, onde o primeiro caso foi encontrado, no dia sete de maio, a transmissão está acontecendo de forma comunitária – quando o contágio é entre pessoas no mesmo território sem histórico de viagem ou origem definida.
Questionado sobre o surto ao terminar uma visita à Coreia do Sul, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que todos devem se preocupar com o novo vírus. Ele acrescentou ainda que os americanos já estão "trabalhando duro" para saber quais vacinas podem usar.
A varíola dos macacos, ou ortopoxvirosis simia, como o vírus é chamado, é uma doença rara cujo patógeno é transmitido principalmente do animal para o homem, de forma esporádica e apenas em regiões do continente africano. Embora antes do surto fosse considerada ainda mais difícil de ocorrer, a OMS explica que a transmissão entre humanos também sempre foi possível e se dá pelo contato com lesões, fluidos corporais, compartilhamento de materiais contaminados e vias respiratórias.
Seus sintomas são semelhantes, em menor escala, aos observados no passado em pacientes de varíola. Febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções na pele (lesões) que começam no rosto e se espalham para o resto do corpo, principalmente as mãos e os pés. Geralmente, a doença é leve, e os sintomas desaparecem sozinhos dentro de duas a três semanas, embora casos graves já tenham sido relatados.
Não existem tratamentos específicos ou vacinas contra a varíola dos macacos, mas a OMS ressalta que a vacina para a varíola tradicional, que foi erradicada com a campanha de imunização em 1980, é até 85% eficaz para prevenir casos da versão que se espalha hoje. As autoridades de saúde britânicas disseram na quinta-feira que começaram a oferecer o imunizante a alguns profissionais de saúde e outras pessoas que podem ter sido expostas ao vírus.
Na Alemanha, o primeiro caso identificado na sexta-feira foi em um paciente brasileiro. Outro diagnóstico foi confirmado neste sábado. O Ministério da Saúde de Berlim disse, em comunicado, que mais casos provavelmente surgirão nos próximos dias no país, acrescentando que os pacientes estão em condição estável e que o sequenciamento genético esclarecerá a variante específica da doença em circulação.
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