Entre os principais sintomas da varíola dos macacos, as erupções na pele são os mais característicos. Apesar da doença ter outras manifestações como febre, aumento dos linfonodos, dores nos músculos, na garganta, lesões na boca, quadros de amigdalite, além de inchaço no pênis e dores na região do ânus. A lista, entretanto, pode aumentar um pouco mais.
De acordo com novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade College London, a doença pode levar também a complicações neurológicas, como encefalite (inflamação cerebral), confusão mental e convulsões.
Ao todo, os pesquisadores analisaram um conjunto de 19 pesquisas, com um total de 1.512 participantes, sendo 1.031 com infecção confirmada, nos EUA, Nigéria, República Democrática do Congo, República do Congo e Reino Unido. Os estudos também mostraram que dores musculares, fadiga, dor de cabeça, ansiedade e depressão eram relativamente comuns entre os pacientes com varíola dos macacos.
Os dados da união desses estudos estimaram que ao menos 2,7% dos pacientes com varíola dos macacos sofreram convulsão, 2,4% tiveram confusões mentais e 2% tiveram encefalite, uma condição grave de inflamação cerebral que pode levar à incapacidade de longa duração.
“Descobrimos que complicações neurológicas graves, como encefalite e convulsões, embora raras, foram observadas em casos de varíola justificam preocupação”, afirmou o autor da revisão, Jonathan Rogers, professor do instituto de saúde mental da Universidade.
Os pesquisadores observam que a varíola dos macacos pode causar taxas mais altas de problemas de saúde mental do que outras doenças devido à presença de lesões potencialmente desfigurantes, enquanto também pode haver estigma relacionado à forma como a transmissão geralmente ocorre por contato físico ou sexual próximo.
Entretanto, devido a evidência muito limitadas, como a maioria dos casos nessa revisão são de pacientes hospitalizados e, portanto, os sintomas estudados podem não ser tão comuns em pessoas com casos mais leves, os médicos afirmam que estudos maiores são necessários para averiguar a prevalência dos sintomas, bem como determinar como a doença pode afetar o cérebro.
Além disso, os estudos revisados não tiveram acompanhamento de longo prazo suficiente com os pacientes para saber se algum dos sintomas dura substancialmente mais do que a fase aguda da doença.
“Sugerimos que os médicos estejam atentos aos sintomas psiquiátricos, como depressão e ansiedade, e garantam que os pacientes tenham acesso a atendimento psicológico e psiquiátrico, se necessário”, disse o coautor do estudo, James Badenoch.
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