O vice-presidente Hamilton Mourão
Foto: Reprodução/Redes sociais
O vice-presidente Hamilton Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou hoje (22) que os estados brasileiros têm recurso e podem comprar a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

"Qualquer vacina que esteja comprovadamente testada e certificada pela Anvisa estará a disposição para ser adquirida. Todo mundo pode comprar, os estados têm recurso", disse o vice-presidente.

O vice-presidente pediu ainda "calma" na abordagem do tema quando indagado sobre os riscos de judicialização do tema. O partido Rede Sustentabilidade entrou com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o governo federal seja obrigado a assinar o protocolo de intenções sustado por Bolsonaro após pressão de apoiadores.

"Acho que há muita especulação em cima disso. Ontem, a posição correta o Ministério da Saúde já colocou. O diretor da Anvisa também já colocou. Qualquer vacina que esteja comprovadamente testada e certificada pela Anvisa estará a disposição para ser adquirida", disse o vice-presidente.

Governadores criticam o presidente Bolsonaro

O governador João Doria (PSDB) anunciou que a intenção dos  governadores é aguardar até amanhã (23) uma nova posição do governo federal sobre o cancelamento da compra de 46 milhões de doses da CoronaVac.

Doria comentou sobre uma possível judicialização da questão e não descartou acionar o Supremo Tribunal Federal. "Vamos esperar pelo menos 48 horas. Se até sexta-feira não houver nenhuma medida de recuo por parte do governo federal para fazer aquilo que deve fazer, apoiar as vacinas, inclusive a vacina do Butantan, que é a vacina do Brasil, nós saberemos quais medidas poderão ser adotadas, seja por São Paulo, seja pelos governadores", disse Doria a jornalistas na saída do STF, em Brasília.

Entenda

Na terça-feira (19), o Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 2,6 bilhões para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. Nas redes sociais, o governador João Doria comemorou a decisão e agradeceu ao Pazuello. 

Menos de 24 horas depois, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou a decisão do ministro Eduardo Pazuello sobre a aquisição das doses.

Logo pela manhã, em suas redes sociais, o presidente já havia exposto sua insatisfação com a repercussão das negociações referentes ao acordo mediado pelo ministro Pazuello para compra da CoronaVac. Bolsonaro recebeu várias críticas de apoiadores e alguns se disseram "traídos".

Em resposta, disse que não compraria a "vacina chinesa de João Doria" e que o povo brasileiro não seria "cobaia".

Poucas horas depois, durante coletiva de imprensa, o secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, negou qualquer acordo com o governo de São Paulo e disse que o que houve foi um "protocolo de intenção" assinado com o Instituto Butantan. Élcio reforçou que o governo não comprará vacinas vindas da China.

Doria reagiu e pediu grandeza em relação à polêmica envolvendo a vacina CoronaVac e disse que a "guerra" precisa ser contra o novo coronavírus. "Aproveito para pedir ao presidente que tenha grandeza e lidere o Brasil na saúde, na retomada de empregos... A nossa guerra é contra o vírus, não na política e não um contra o outro. Devemos vencer o vírus", postou.

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