O governo de São Paulo, por meio do Instituto Butantan, firmou acordo com a Federação Catarinense de Municípios (FECAM) para fornecimento de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.
O protocolo de intenções foi assinado nesta quinta-feira (10), na sede do Butantan, localizado na zona oeste da capital paulista. O valor das doses que poderão ser adquiridas pelos municípios de Santa Catarina ainda será definido.
A formalização do acordo foi celebrada pelo presidente da FECAM, o prefeito de Rodeio (SC), Paulo Roberto Weiss, e pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.
"O Butantan está há 120 anos se dedicando no combate de doenças e pandemias e mais uma vez estamos oferecendo uma vacina, a primeira em solo nacional. Estou imensamente grato pelo apoio dos prefeitos que estão aqui hoje e reafirmo que o Butantan está inteiramente à disposição dos municípios", afirmou Dimas Covas.
"Hoje o sentimento é de coletividade. Temos que levar a mensagem ao estado e município de que estamos amparados em dados científicos e em um instituto com mais de 100 anos de história", declarou o presidente da FECAM, Paulo Roberto Weiss.
De acordo com o governo estadual, 12 estados já manifestaram interesse em comprar a vacina do instituto, sendo Acre, Pará, Maranhão, Roraima, Piauí, Mato Grosso Sul, Espirito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Sul, além de São Paulo.
Até janeiro o Instituto Butantan irá disponibilizar 46 milhões de doses, das quais quatro milhões serão oferecidas a outros estados e municípios brasileiros. Até agora 913 cidades brasileiras já manifestaram interesse na CoronaVac.
O resultado da fase 3 com o índice de eficácia do imunizante deve ser divulgado até o próximo dia 15 de dezembro. Estudos clínicos de fase 1 e 2 já demonstraram que 94,7% dos voluntários não tiveram evento adverso.
Dos que apresentaram alguma reação, 99,7% relataram sintomas de baixa gravidade, como dor no local da injeção e dor de cabeça leve. Artigo publicado na revista científica The Lancet apontou que a vacina do Butantan produziu resposta imune em 97% dos participantes dos estudos.
A disponibilização do imunizante para a população ocorrerá somente após a comprovação da eficácia, que deverá acontecer após a conclusão da terceira fase dos estudos clínicos e posterior aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).