O presidente Jair Bolsonaro questionou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a conveniência da vacinação em jovens com idades entre 12 a 17 anos que não apresentam comorbidades. Na live na noite desta quinta-feira, o presidente e o ministro trataram do assunto e Bolsonaro lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda vacinar esses jovens nessa faixa etária - o que não é verdade. A OMS apenas afirma que os idosos devem ser prioriotários em campanhas de imunização.
"Queiroga, a vacinação dos menores está em voga. A prioridade é vacinar com a Pfizer, entre os que tem entre 12 e 17 anos. Mas a OMS não recomenda vacinar menores de 12 a 17 anos ", disse Bolsonaro, que passou a palavra ao ministro.
Queiroga repetiu uma expressão do presidente e afirmou que ele joga dentro das quatro linhas e revelou que conversou com Bolsonaro antes de tomar a decisão de vetar vacinação para esses jovens sem comorbidades.
"Temos informações da literatura mundial que restringiram a vacinação nos adolescentes sem comorbidade e a nota técnica de número 40 retirou o adolescente. O senhor tem conversado comigo sobre esse tema e fizemos uma revisão detalhada no DataSus", disse o ministro, se referindo a checagem do número de jovens vacinados, que, segundo ele, chegava a 3,5 milhões.
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Bolsonaro, então, afirmou que não impõe nada ao ministro. "Não é imposição. Levo para ele o meu sentimento, o que leio e o que vemos", disse o presidente.
Mudança
O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica na quarta-feira recomendando que não haja vacinação em adolescentes sem comorbidades . A nova orientação revisa uma diretriz anterior da pasta e restringe a imunização a "adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech)".
A mudança de rumo do ministério pegou de surpresa médicos e famílias. Grande parte do país já aplicou a primeira dose da Pfizer nesse público, incluindo capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador e muitas outras. Os especialistas, porém, pedem tranquilidade às famílias e asseguram que a vacinação é segura.