O médico Drauzio Varella fez coro aos  especialistas entrevistados pelo iG e às secretarias de Saúde . A exemplo dos médicos e das entidades, Drauzio afirmou que os adolescentes podem - e devem - ser vacinados contra a Covid-19, ressaltando que a Pfizer é a única autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a ser aplicada em jovens de até 17 anos.

Para o médico, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deveria ter dito que faltam vacinas e, por ora, a prioridade seria a imunização dos grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades. "Seria mais bonito e não teria essa gritaria. Não precisaria um médico [Queiroga] ir a TV e falar as mentiras que disse, um absurdo", declarou em entrevista à Globo News.

Drauzio também afirmou que ninguém confia no Ministério da Saúde e criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia, incentivando, inclusive, aglomerações.

"Foram vacinados 170 milhões de adolescentes nos EUA. Quantos morreram? Zero. Reações? Pouquíssimas. Casos leves. Todos se recuperaram e estão bem. Agora, a Covid-19 tem efeitos mais devastadores", completou.

Entenda o caso

Segundo o ministro Marcelo Queiroga, ao contrário do que havia dito o Ministério há dias atrás  , não há evidências científicas para embasar a decisão de aplicar as doses nessa população . "É uma questão de cautela, prudência", disse. "As evidências científicas em relação aos subgrupos estão sendo construídas", completou, embora muitos países no mundo já estejam aplicando os imunizantes da Pfizer nessa população.

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Drauzio Varella
André Biernath - Da BBC News Brasil em São Paulo
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O ministro insistiu que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a vacinação nessa faixa etária, o que não é verdade. O que a entidade afirmou, na verdade, foi que a prioridade seja vacinar em países onde a cobertura vacinal ainda está engatinhando.


A orientação do ministro é de que a vacinação pare imediatamente, e que os vacinados com a 1ª dose sequer recebam a 2ª aplicação. "Deve parar, não fazer em adolescentes sem comorbidades. Depois, se surgirem evidências científicas concretas, isso pode ser revisado. Se amanhã surgir evidências contundentes sugerindo benefício, muda amanhã".

O posicionamento de Queiroga tem gerado protestos de especialistas e entidades que atuam na área da saúde. 

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