Desde o início da pandemia em março de 2020, 324 óbitos de crianças de 5 a 11 anos por Covid-19 já foram registrados pelos Cartórios de Registro Civil brasileiros. O levantamento foi feito pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). A vacinação da faixa etária foi aprovada recentemente pela Agência Nacional e Vigilância Sanitária (Anvisa) em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a imunização infantil deve se iniciar ainda neste mês.
As crianças mais afetadas pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) foram as de 5 anos, com 65 mortes registradas, seguida pelas que tinham seis anos, com 47 registros, pelas de sete e pelas de 11 anos, ambas com 46 falecimentos registrados.
Entre as crianças de 10 anos, houve 43 óbitos; as de nove, 40, e as de oito, 37 mortes. Foram 162 falecimentos de crianças do sexo masculino e do sexo feminino.
Os dados contabilizados fazem parte do Portal da Transparência do Registro Civil , base de dados que reúne as informações de nascimentos, casamentos e óbitos registrados pelos 7.663 Cartórios brasileiros -, e que é administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ArpenBrasil), retrata ainda que esta faixa etária registrou 77 mortes em razão de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 30 por causas indeterminadas e 57 por morte súbita.
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O ano de 2021 foi aquele que registrou o maior número de mortes cuja causa mortis consta como Covid-19 (174), enquanto que em 2020 foram 150. Na primeira semana de janeiro de 2022 não foram contabilizados óbitos por Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos, embora os Cartórios de Registro Civil tenham o prazo legal de até 10 dias para enviar os dados ao Portal da Transparência do Registro Civil.
Entre os Estados brasileiros, São Paulo, estado mais populoso do país respondeu percentualmente por 22,8% dos óbitos de crianças nesta faixa etária, seguido por Bahia (9,3%), Ceará (6,8%), Minas Gerais (6,5%), Paraná (6,2%), Rio de Janeiro (5,9%) e Rio Grande do Sul (4%). Amapá, Mato Grosso e Tocantins foram as unidades que registraram o menor número de óbitos na faixa etária.
“Os números compilados pelo Portal da Transparência, que disponibilizam os óbitos registrados em Cartórios de Registro Civil do Brasil como forma de informar a sociedade sobre o atual estágio da pandemia, mostram que, embora reduzidos, os óbitos de crianças fazem parte deste triste momento que estamos vivendo, e que a vacinação é o melhor caminho para que vidas sejam salvas e para que a doença, propagada pelas novas variantes, seja menos fatal a quem já estiver imunizado”, diz Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil.