O Ministério da Saúde anunciou que fará uma série de reuniões nesta semana com produtores de vacinas com resultados promissores. A primeira será nesta terça-feira (17), com executivos da farmacêutica Pfizer . A pasta afirmou que em breve apresentará o plano de imunização da população brasileira, com foco inicial nos grupos de riscos a serem definidos.
A agenda com as farmacêuticas não significa compromisso de compra dos imunizantes.
A pasta mantém o discurso de que apenas monitora os resultados dos testes em andamento e as condições de compra, logística e armazenamento, para, se houver registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ), efetivar uma possível aquisição.
Segundo interlocutores da cúpula da Saúde
, uma das principais preocupações é saber se os produtores terão capacidade de fornecer nas quantidades necessárias para o Brasil, tendo em vista a corrida global por uma vacina, os preços estimados, além dos detalhes sobre armazenamento, como condições de temperatura.
A rede logística do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, conhecida como cadeia de frio ou rede de frio, precisa se preparar para ter condições de transportar e armazenar as vacinas. Hoje, essa rede tem capacidade de manter os produtos a 20°C negativos. Alguns imunizantes em desenvolvimento podem precisar de temperaturas ainda mais baixas.
Ainda esta semana a pasta deve fazer reuniões com as farmacêuticas Janssen, braço da Johnson & Johnson
; com o Instituto Gamaleya, para tratar da Sputinik V
; e com Bharat Biotech, sobre a Covaxin
. São produtores que estão com vacinas em estágios avançados
de desenvolvimento.
A compra da vacina CoronaVac , desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac , em parceria com o Instituto Butantan, foi objetivo de uma intenção de compra por parte do Ministério da Saúde recentemente, anunciada pelo ministro Eduardo Pazuello, da Saúde. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou publicamente Pazuello, afirmando que o governo não iria adquirir o produto.
O episódio faz parte de uma disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente Bolsonaro. O Butantan
é ligado ao governo de São Paulo. Doria e Bolsonaro são potenciais candidatos ao Planalto em 2022.
O Ministério da Saúde informou que apresentar "em breve" o plano de imunização da população brasileira contra a Covid-19. A previsão é que ter uma primeira remessa de vacinas disponível no primeiro semestre do ano que vem.
O governo investe na vacina de Oxford
, mas promete que adquirirá a primeira vacina
que se mostrar eficaz e segura passível de imunizar a população brasileira. O Brasil também faz parte da coalização internacional da Covax Facility
, de esforço conjunto em busca de uma vacina.
No plano de imunização , segundo a pasta, devem ser contemplados inicialmente os grupos de risco da doença, que serão definidos pelos aspectos epidemiológicos, de eficácia e de segurança da vacina a ser utilizada.