A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na última terça-feira (17) que a Covid-19 pode se tornar uma doença endêmica, que surge de tempo em tempos, mas com uma taxa de transmissão menor, já que a população já vai ter anticorpos contra o vírus. Segundo Maria Van Kerkhove, epidemiologista da entidade, com um período tão longo de pandemia o combate ao coronavírus já deveria estar em um estágio mais avançado.
“Não deveríamos estar nesta posição com as ferramentas que temos”, explicou a especialista. De acordo com a OMS, na última semana, mais de 60 mil mortes por Covid-19 e 4,4 milhões de novos casos foram registrados em todos o mundo, um número bastante alto que mostra que a pandemia ainda não está sob controle. “Sabemos que ambos os números são uma versão subestimada do verdadeiro”, completou ainda.
Quando perguntada sobre a possibilidade da Covid-19 se tornar endêmica, Kerkhove disse que “é muito possível, temos as ferramentas agora que podemos reduzir a transmissão e de fato podemos diminuir as mortes e os casos graves com a vacina”.
Covid-19 doença endêmica
“A Covid-9 certamente pode se tornar uma doença endêmica, mas isso não significa que o vírus vai estar em todos os lugares o tempo todo. Significa que ele estará em localidades específicas e posso imaginar diversos cenários para o futuro. Espero que tenhamos níveis mínimos de transmissão da doença ao redor do mundo. Temos que sair desse ciclo de entrar e sair do lockdown”, completou ainda.
Kerkhove reforçou como a variante Delta está aumentando o número de novos contaminados, explicando que a cepa possui uma capacidade de transmissão muito maior do que a versão original da doença. Apesar disso, a especialista ressaltou que não há iniciou de que a variante tenha uma taxa de mortalidade mais alta.
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Ainda segundo a epidemiologista, as vacinas atuais são incrivelmente eficazes contra a Covid-19, mas a distribuição desigual do imunizante pelo mundo torna o processo de vacinação muito desafiador. “A maior parte do mundo não possui acesso a essas vacinas e se você não tiver acesso as vacinas, especialmente as pessoas com doenças preexistente, elas possuem uma chance maior de serem hospitalizadas e de morrerem”, completou.