Uma pesquisa realizada com mais de 60 milhões de brasileiros vacinados entre janeiro e junho de 2021 mostrou que a vacina CoronaVac tem uma efetividade superior a 70% para evitar casos graves, internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e mortes causadas pela Covid-19, inclusive entre idosos.
O estudo, que analisou a CoronaVac e a vacina Astrazeneca/Fiocruz, é o maior já realizado no Brasil sobre a efetividade da vacinação. Do total de pessoas avaliadas que haviam completado o esquema vacinal com CoronaVac, 72,6% apresentaram menor risco de hospitalização, 74,2% menor risco de dar entrada em UTIs e 74% menor risco de morte.
Em relação às pessoas entre 60 e 89 anos, a efetividade da vacina foi ainda melhor: 84,2% contra hospitalizações, 80,8% contra internações em UTI e 76,5% contra mortes.
Dos 60,5 milhões de brasileiros analisados no estudo, 21,9 milhões (36,2%) foram imunizados com a CoronaVac, e 38,6 milhões (63,8%) com a AstraZeneca/Fiocruz. Ao todo, 26,8 milhões de pessoas (44,4% do total) tinham 60 anos ou mais.
Amplo estudo no Brasil
O estudo foi realizado por pesquisadores das universidades federais da Bahia, Ouro Preto, da Universidade de Brasília, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da London School of Hygiene & Tropical Medicine e da Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz. As conclusões foram publicadas no artigo na plataforma de preprints MedRxiv.
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Para determinar a efetividade das vacinas em evitar casos graves, os pesquisadores confrontaram as informações de populações vacinadas com os dados nacionais do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), que reúne os casos notificados de hospitalizações e mortes causadas por vírus respiratórios.
Outro estudo de efetividade feito em relação à CoronaVac foi o Projeto S, realizado pelo Instituto Butantan em Serrana, no interior de São Paulo. Por meio dele, a população do município (quase 28 mil adultos) foi vacinada entre fevereiro e abril de 2020.
A pesquisa concluiu
que o imunizante causou uma redução de 80% no número de casos sintomáticos de Covid-19, de 86% nas internações e de 95% nos óbitos. Além disso, mostrou que com uma cobertura vacinal de aproximadamente 75% da população adulta a pandemia pode ser controlada.
A eficácia da CoronaVac foi comprovada no Brasil por meio de um estudo clínico de fase 3 com 13 mil voluntários, todos profissionais da saúde, população altamente exposta à Covid-19.
Os resultados finais demonstraram que a eficácia geral do imunizante pode chegar a 62,3% quando o intervalo entre a primeira e a segunda dose é de 21 a 28 dias. Os dados foram divulgados na plataforma de preprints SSRN, ligada à revista The Lancet, e estão em processo de revisão por pares.