O secretário de Saúde do Estado de São Paulo , Jean Gorinchteyn, admitiu que o cenário ideal para a aplicação da dose de reforço das vacinas contra covid-19 no Brasil envolveria um "intercâmbio" entre imunizantes de diferentes fabricantes.
"A terceira dose tem como fundamento reforçar a imunidade daqueles que respondem naturalmente a qualquer vacina. Os idosos naturalmente respondem de forma menos intensa do que um adulto ou jovem", explicou, em entrevista à CNN Brasil.
"Qualquer um dos imunizantes disponíveis e liberados pela Anvisa são capazes de promover esse reforço que chamamos tecnicamente de 'booster vacinal', ou seja, temos que nos valer de todo e qualquer imunizante", disse.
“Se eu tomei vacina da Pfizer ou AstraZeneca, posso receber outras doses? Essa intercambialidade ocorrerá. O que precisamos é fazer imunização de forma ágil para proteger essas pessoas, principalmente porque já temos no nosso território a variante Delta", completou.
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"Se tivéssemos muito mais vacinas, e a segurança de ter mais vacinas, talvez a gente fizesse uma intercambialidade para todos os esquemas vacinais, não só de CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer. Mas nós temos hoje um repositório de vacinas ainda limitado".
Com relação à decisão do Ministério da Saúde, que excluiu o imunizante da aplicação das terceiras doses no país em idosos e imunossuprimidos, Gorinchteyn disse se tratar de uma decisão 'inadvertida'. Ele afirma que o estado vai utilizar o imunizante no estado.
“Trabalhos feitos na China mostraram que a 3ª dose eleva em 77% a produção de anticorpos neutralizantes, portanto, é uma vacina boa e que deve estar inserida nessa vacinação. Por isso, o governo de São Paulo fará dessa maneira”.
A partir de segunda-feira, São Paulo passará a vacinar com a dose adicional os idosos com mais de 60 anos e imunossuprimidos com mais de 18 anos.
"Temos responsabilidade em prevenir formas graves e mortes. Por isso, São Paulo entende que idoso é todo aquele acima de 60 anos e, para que haja controle da pandemia, exatamente os vetores de transmissão, que são os jovens que saem, também têm que ser protegidos e imunizados”, afirmou Jean Gorinchteyn.